É possível a regeneração do nervo da coluna vertebral?

A principal pergunta que norteia as pesquisas sobre regeneração do nervo da coluna vertebral, é por que alguns vertebrados podem regenerar sua medula espinhal, enquanto outros, incluindo humanos, não?

Cientistas acreditam que agora estão um pouco mais perto de resolver o mistério da regeneração dos nervos da coluna vertebral. As espécies que não a regeneram, criam tecido de cicatriz após lesão na medula.

Salamandras: mestres da regeneração

Salamandra axolote
Salamandra axolote

Em recentes pesquisas, cientistas do Laboratório de Biologia Marinha (MBL) nos Estados Unidos, identificaram “parceiros” genéticos na salamandra axolote (ou salamandra mexicana) que possuem um importante papel na regeneração. Quando ativados, eles permitem que o tubo neural e as fibras nervosas associadas se regenerem funcionalmente, após graves danos à medula espinhal. Embora esses genes também estejam presentes nos seres humanos, eles são ativados de maneira diferente.

As salamandras têm a notável capacidade de regenerar funcionalmente após a transecção da medula espinhal. Salamandras axolotes são os campeões da regeneração, pois podem regenerar várias partes do corpo. Por exemplo, após uma lesão na medula espinhal, ela pode regenerá-la completamente e recuperar o controle motor e sensorial. O objetivo do estudo era entender o que é diferente no nível molecular que as leva a essa resposta pró-regenerativa, em vez de formar tecido cicatricial.

Par de genes agem em conjunto para ativar a regeneração

Uma pesquisa anterior havia mostrado que, tanto em axolotes quanto em humanos, existe um gene chamado c-Fos, que é regulado positivamente nas células gliais do sistema nervoso após lesão na medula espinhal. A pesquisa também mostrou que este gene não agia sozinho.

O gene c-Fos tem um parceiro diferente no axolote e nos humanos e isso parece gerar uma resposta completamente diferente à lesão.

Na resposta a lesões humanas, o c-Fos é emparelhado com outro gene, chamado c-Jun. Nos axolotes, no entanto, o c-Fos é ativado com o gene JunB.

No experimento, os cientistas foram capazes de forçar nas salamandras, o emparelhamento do c-Fos com c-Jun, assim como ocorre nos humanos. As salamandras com os pares humanos não conseguiram recuperar a medula espinhal em funcionamento após a lesão, formando o tecido cicatricial que ocorre no reparo da lesão humana. Agora a ciência quer descobrir se, forçando o emparelhamento de genes das salamandras em humanos, o resultado seria a regeneração.

Os pesquisandores afirmam que até o momento, as salamandras não parecem ter genes específicos para a regeneração. É na verdade uma combinação de genes que leva a regenerar ou formar tecido cicatricial. É como na vida, com quem você faz parceria, pode ter um efeito realmente positivo ou negativo.

Compreender a regeneração da medula espinhal de axolote e suas diferenças e semelhanças com o processo humano pode ajudar pesquisadores e, eventualmente, médicos a melhorar o tratamento para lesões graves na medula espinhal humana.

Essa descoberta tem um enorme potencial não apenas para lesões na medula espinhal em humanos, mas também para muitas doenças neurodegenerativas.

Fonte: https://www.genengnews.com/news/spinal-cord-regeneration-depends-on-activation-of-specific-gene-partners/

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