É Possível Transplantar um Olho Inteiro?
Transplante de órgãos já não é novidade a muito tempo. Já ouvimos falar sobre transplantes bem sucedidos incluindo o incrível transplante de face, mas nunca ouvimos uma notícia sobre o sucesso de um transplante de um olho inteiro.
Isso não soa como uma solução mágica para milhões de pessoas que sofrem com problemas de perda de visão definitiva?
Entretanto, um transplante de olho inteiro nunca foi feito com sucesso em uma pessoa viva, mesmo que esta possibilidade esteja a anos intrigando a comunidade científica.
Vamos descobrir abaixo o que torna tão difícil o transplante de olho inteiro, e se os cientistas já podem nos responder definitivamente, se o transplante de olho é possível ou não.
É possível transplantar um olho inteiro?
Até o momento, a resposta é não. O olho é uma rede complexa de músculos, vasos sanguíneos, e nervos. Além do mais, tudo isto está diretamente conectado ao cérebro.
Em 1977, incentivados pela quantidade de soldados com perda de visão, após a Segunda Guerra Mundial, houve uma aquecida neste campo de pesquisa.
Após anos de pesquisa, a conclusão foi pouco satisfatória. O transplante de olho inteiro não seria possível. Os experimentos realizados em animais fracassaram devido a problemas de rejeição, fluxo sanguíneo inadequado, e falta de função do nervo.
Qual o principal desafio para o transplante de olho inteiro?
O grande desafio que cientistas precisam superar é a regeneração do sensível nervo óptico.
Para que um transplante de olho seja bem sucedido, é essencial que haja função do nervo. Isso também é a parte mais difícil de ser alcançada.
O nervo óptico, que conecta o olho ao cérebro, é parte do sistema nervoso central. Enquanto nervos presentes em outras partes do corpo conseguem se recuperar de danos e se regenerar facilmente, o sistema nervoso central é bem menos flexível.
Existem pesquisas sendo feitas para viabilizar o transplante de olho inteiro?
A boa notícia é que sim, existem pesquisas sendo realizadas nesta direção, e que inclusive já alcançaram resultados promissores.
Um grupo de pesquisadores de Universidade do Centro Médico de Pittsburgh, nos Estados Unidos, liderado pela cirurgiã plástica Kim Washington, estão empenhados em cumprir este desafio.
O time é otimista, e eles já começaram a dominar o funcionamento do nervo óptico.
Em 2016, eles publicaram o resultado de um experimento, onde transplantarem um olho de um rato doador em outro rato. Após dois anos, o órgão ainda estava sadio.
Apesar do sucesso, isso não significa restauração da visão, mas obstáculos secundários como a rejeição e circulação sanguínea tiveram um grande avanço com este experimento.
Sendo assim, com o primeiro obstáculo superado, que era o de conseguir manter o nervo vivo, a equipe agora está focado em saber como estimular a regeneração. O nervo do doador não pode simplesmente se conectar ao nervo do receptor. Ele precisa crescer em toda a extensão, do olho ao cérebro.
O transplante de olho poderá ser possível no futuro
Para finalizar, apesar dos desafios, se pensarmos em quantas conquistas o ser humano já conseguiu alcançar no campo da medicina, e no quanto a tecnologia evolui rapidamente, temos sim razões para ter esperança de que, em um futuro não tão distante, o transplante de olho inteiro será possível.
Matéria completa disponível em statnews.com.
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