O que é o Coronavírus? Devemos nos preocupar?

Este novo vírus está colocando a população do mundo todo em alerta. Ele causa febre alta, tosse, falta de ar, e dificuldade respiratória. Ou seja, os sintomas se assemelham muito aos de uma gripe forte. Esse novo vírus pode causar desde um resfriado comum, até mesmo a morte. Vamos descobrir abaixo o que é o coronavírus, e se devemos nos preocupar com ele.

Primeiramente, esse vírus havia sido batizado de 2019 NCOV. Na maioria dos casos, os vírus ganham esse tipo de nome “científico” quando são descobertos, mas depois passam a ser conhecidos popularmente por um nome de mais fácil compreensão.

Os coronavírus compreendem uma gama de difentes famílias de vírus. O que sabía-se até então, era que só seis deles infectavam humanos. Agora, são sete. Grande parte do temor atual, vem de outro coronavirus que surgiu em 2002, a Síndrome Respiratória Aguda Grave, ou SARS. Na época, ela causou 774 mortes, e infectou mais de 8.000 pessoas.

De onde surgiu o coronavírus?

No mundo científico, novos vírus são descobertos o tempo todo. Uma boa parte deles têm a sua existencia restrita a outras espécias animais, então eles não são motivo de preocupação para nós humanos. O cenário muda quando esses virus passam a infectar humanos, e aí que eles recebem os holofotes.

A SARS, por exemplo, veio de um animal selvagem pouco conhecido, chamado de civeta. Este animal é um parente dos guaxinins, e é encontrado no continente Asiático. Você pode já ter ouvido falar deles, pois são famosos por comerem grãos de café, que depois de defecados viram os grãos de café mais caros do mundo. Além disso, as civetas são uma iguaria na China.

Os casos de coronavirus atuais têm sido associados ao mercado de Wuhan, que é uma grande cidade de 11 milhões de habitantes na China (equivalente ao tamanho da população de São Paulo). Neste mercado, são comercializados dezenas de espécies de animais, na sua maioria vivos. Ali é vendido até mesmo carne de belugas (uma espécie de baleia parente dos golfinhos), que podem ser portadoras de um coronavirus. Porém, é mais provável que o surto tenha iniciado no contato e/ou consumo de outras espécies de animais, como galinhas, morcegos, cobras ou coelhos.

As cobras vendidas para consumo no mercado de Wuhan podem ter sido os animais dos quais os primeiros casos de coronavírus foram contraídos.
As cobras vendidas para consumo no mercado de Wuhan podem ter sido os animais dos quais os primeiros casos de coronavírus foram contraídos.

Qual é o risco do coronavirus se espalhar?

O surto se iniciou em dezembro de 2019. Naquele momento, acreditava-se que as dezenas de casos que haviam surgido, estivessem restritas a cidade de Wuhan. Entretanto, agora já existem centenas de casos conhecidos, inclusive fora do continente Asiático. Além disso, por ser uma espécie de coronavírus ainda não registrada em humanos, acrediatava-se que todos os casos que haviam surgido, haviam sido contraído do contato com animais diretamente.

Mas, quando, no começo de 2020, profissionais da área de saúde, que tiveram contato com pessoas infectadas, começaram a apresentar sintomas também, a preocupação com o novo vírus aumentou. Governos da China e também de outras partes do mundo estão especialmente preocupadas com o ano novo chinês. Neste período do ano, que começa no fim de janeiro, milhões de chineses costumam viajar para outras partes da China, e também para diversos lugares do mundo.

Que atitudes estão sendo tomadas para proteger as pessoas?

No Brasil, o Ministério da Saúde solicitou a Anvisa, para orientar os passageiros em portos e aeroportos, sobre como se precaver em viagens ao exterior. Até o momento nenhum caso de coronavírus foi registrado no Brasil.

Outros países como Estados Unidos, que já teve 2 casos confirmados, além de Singapura e Reino Unido, adotaram em aeroportos o uso de escaners para medir a temperatura corporal dos passageiros.

Em Wuhan, onde o surto começou, também estão sendo utilizados tais escaners de temperatura, tanto em estações quanto em aeroportos. Pessoas com sinais de febre tem o caso registrado, e também recebem máscaras, para então serem encaminhadas a hospitais. No entanto, esse método de controle não é efetivo em todos os casos, pois a febre não aparece logo no começo da infecção. O período de encubação da doença, que abrange o momento da exposição ao vírus, até o aparecimento dos primeiros sintomas, gira em torno de duas semanas.

Autoridades chinesas tem recomendado a população que não viajem para Wuhan, e também que não deixem a cidade. Além disso, eles orientam que sejam evitadas aglomerações de pessoas, especialmente em Wuhan.

Conforme o surto foi se alastrando, o governo chinês passou a adotar medidas mais radicais. A principal foi a interrupção de todo o transporte na cidade de Wuhan, que é um hub de conexão dentro do sistema de transporte chinês. Também estão sendo impedidas as saídas dos moradores, que são barrados na fronteira da cidade se não tiverem motivos especiais para deixá-la. Tais medidas deixam claro que a cidade está em estado de quarentena.

Outra medida tomada é a adotação de tratamento em isolamento, as pessoas que apresentam os sintomas. Essa medida é considerada padrão em casos de novas doenças contagiosas como esta, pois reduz o risco de alastramento.

Quais medidas devemos tomar para nos protegermos?

Com o surgimento de epidemias, especialmente em países asiáticos, é comum vermos a população nas ruas usando máscaras. Entretanto, especialistas alertam sobre a real eficácia delas. Eles defendem que a higiene das mãos ainda é uma maneira muito mais eficaz de evitar doenças e viroses como o coronavírus. Também, é prudente cobrir as vias nazais ao espirrar e tossir, e evitar tocar a boca, nariz e olhos sem lavar as mãos.

Especialistas concordam que o mundo hoje está muito mais bem preparado para enfrentar epidemias. Segundo eles, por enquanto sabe-se que o novo coronavirus é menos agressivo do que o SARS. Vale lembrar que se tratando de um vírus, existe a possibilidade de que ele venha a sofrer mutações no futuro. Isso poderia facilitar a sua disseminação, e fazer com que fique até mais perigoso.

Você também vai gostar de ler: